segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Um, dois ou três.


Ele me fazia sorrir, vivia a me contar piadas. Ele fazia eu me sentir completa, feliz.
Seus olhos eram mel, tão adocicados quanto o som da sua risada, e que risada. 
Sua mãos eram ásperas, mas faziam carinhos como ninguém e seus dedos se encaixavam aos meus com toda perfeição. 
Seu abraço era confortável, quente, me protegia como uma moradia e ninguém podia negar que seu corpo tinha as curvas que faltavam no meu, assim éramos como um só.
Ele queria viajar pelo mundo comigo e cada país que fôssemos tiraríamos uma foto e assim seria feito um dos nossos álbuns de casamento.
Teu sonho era se casar, ter vários filhos correndo pela casa assim como eu sonhava.
Ele queria ser feliz comigo.

Então, em um dia chuvoso, com trovões e relâmpagos ela apareceu. 

Ela não sorria com as suas piadas, não a fazia se sentir diferente.
Para ela, seus olhos eram castanhos apenas e sua risada comum.
Ela achava suas mãos ásperas demais, não gostava de seus carinhos e achava incomodo entrelaçar seus dedos aos dele.
Ela achava o abraço dele sufocante, quente demais e entre eles haviam um longo espaço, assim eram apenas dois indivíduos.
Ela não curtia a ideia de viajar com ele, preferia viajar sozinha e não se via casando.
O sonho dela conquistar tudo que pudesse e se sobrasse dias em sua vida, adotaria um filho.
Mas, apesar de tudo isso, ele queria ser feliz com ela e para sempre.

Hoje, somos três desconhecidos. Eu não o reconheço mais e ela deseja não tê-lo conhecido. E ele, bem, ele deve estar tentando ser feliz sozinho.


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